Entrevista com as coordenadoras

Entrevista com as coordenadoras

Essa semana temos no nosso blog uma entrevista especial realizada com a Maria Aparecida Lucas de Oliveira, diretora administrativa e mantenedora da escola CEC e também a diretora pedagógica, Glaucia Roxo de Pádua Souza para a série “Educação que fala” da consultoria em educação Pensata.

Em entrevista para a repórter Fernanda Pereira, Cida e Gláucia falam do desafio enfrentado no dia dia da escola, contando um pouco sobre os papéis de cada uma, a história da escola e a importância do trabalho pedagógico, que mudou nos últimos 20 anos. Confiram:

- Como vocês dividem esses dois papéis (Administrativo e Pedagógico) fundamentais dentro da escola?

Maria Aparecida explica que a gestão do CEC é de responsabilidade de três áreas: administrativa e marketing, pedagógica e financeira. Esse modelo veio da sua experiência na empresa Johnson & Johnson que foi pioneira em criar uma creche no ano de 1982, onde assumiu a coordenação por 13 anos.

Cada área tem o foco num aspecto da escola, mas se complementam segundo um planejamento estratégico para atingir um objetivo comum e metas pré-estabelecidas.

O papel da área administrativa é garantir infra-estrutura, segurança e condições adequadas para o desenvolvimento do aluno.

A equipe pedagógica, sob a responsabilidade da Gláucia, tem o papel de zelar por todo processo de conhecimento do aluno, do berçário ao Ensino Fundamental.

- Como era a creche em 1982?

“Neste período a creche pertencia ao departamento do bem-estar social, fui convidada a coordenar esse projeto porque sou enfermeira de formação com especialização em pediatria e psicopedagogia. Em 1995, esse serviço foi terceirizado e a J&J me convidou a continuar o projeto como proprietária. Nasce então o CEC, já com o objetivo de atender uma demanda pedagógica e não mais somente “cuidar” da criança. Os profissionais passaram a ser todos com formação na área educacional.

De lá para cá a escola se modificou muito para acompanhar a evolução da sociedade e principalmente a tecnológica e de novas metodologias de ensino.”

- Nesta transição de posicionamento, quais foram os benefícios para primeira infância?

“A saúde no berçário é muito importante e demanda uma atenção especial. Realizamos orientações sobre vacinas, temos um programa nutricional, seguimos um importante protocolo de triagem para avaliar o bebê/criança ao entrar e ao sair da escola. Cuidados de higiene também são importantes. Porém, hoje sabemos com estudos da neurociência, que as principais conexões acontecem dos 0 aos 2 anos de idade da criança e que o trabalho pedagógico é imprescindível neste processo. As experiências com projetos específicos de aprendizagem em cada faixa etária promovem ganhos para o desenvolvimento pleno. Essa atenção se estende a todos os anos sequenciais”, diz a mantenedora.

- Questionamos a pedagoga sobre o que faz a diferença na escola para a criança.

“A escola faz toda a diferença na vida da criança. É na escola que a criança tem as primeiras experiências sociais mais amplas e é nela que aprenderá a lidar com diversas situações de relacionamento interpessoal que lhe servirá para toda a vida.

Acredito que uma boa escola investe nas pessoas. Investe principalmente nos professores. De nada vale um material didático moderno, ou mesmo, a escolha de uma tecnologia mais inovadora, se não tivermos um professor bem preparado e engajado no fazer pedagógico. Ele precisa entender de didática e metodologias, mas sobretudo do universo infantil. Precisa saber como a criança pensa, sente, se relaciona, aprende, enfim, de desenvolvimento infantil.

Esse conhecimento ajuda tanto na transmissão do conteúdo, como na forma mais adequada de aprendizagem de cada aluno.

O grande desafio de hoje é ensinar a criança a aprender a aprender e oferecer um ensino o mais personalizado possível.”

- Dentro da sua formação continuada o que mais contribui para esse universo de constante mudança?

“A formação em Pedagogia e experiência clínica em Psicologia. Hoje a necessidade da maioria das famílias é o ensino integral. A escola é o local onde o aluno se relaciona e tem a maior parte de suas experiências de vida. No CEC, temos um corpo docente sólido e maduro, que cresceu com a escola e está muito preparado para essa rotina intensa. Entretanto a família, em consequência a nova demanda social, busca ainda mais acolhimento e a psicologia ajuda a compreender e trabalhar de forma ainda melhor essas demandas.”

- Diante da conquista de segurança e solidez, perguntamos a mantenedora o que buscar na próxima década?

“Estar sempre buscando inovar nos processos educacionais, principalmente na área de tecnologia e metodologias ativas que tornem o processo ensino aprendizagem cada vez mais instigante e prazeroso para a criança. Recentemente implantamos um Programa Bilíngue e um programa de Educação Socioemocional através de parceiros que seguem a mesma proposta educacional da escola.

Também é preciso investir constantemente na formação e capacitação da equipe.

Além disso, cada vez mais os alunos frequentam a escola em período integral e temos que ter estrutura para atendê-los em suas necessidades de alimentação, esportivas, de cuidados gerais, de acolhimento emocional e afetivo.”

Por Fernanda Pereira - Jornalista