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Transformação forçada, mas necessária!

Transformação forçada

O assunto tecnologia na escola é debatido há anos. Existem aquelas escolas que já tinham a tecnologia incorporada no dia a dia e também aquelas com resistências à mudança. Uma coisa é fato: “Os alunos serão formados em um mundo revirado pela pandemia”, como disse o secretário de educação do estado de São Paulo.

Os sentimentos vividos pelos profissionais e especialistas em educação é compreensível, pois vivemos uma revolução à força, nunca imaginada e que nos levará a tomar caminhos diferentes desde já. Precisamos tirar lições do ocorrido e enxergar oportunidades de transformar a educação.
Infelizmente vivemos em um país atrasado em muitos sentidos, sendo que a inclusão digital é um deles. A revolução ainda não chegou para nós, onde muitas escolas ainda utilizam a tradicional lousa de giz e métodos retrógrados. E não se trata de apenas entregar a tecnologia, mas como emprega-la de forma eficiente para uma educação inovadora, que prenda a atenção e incentive os alunos. O contato social é importantíssimo, principalmente na primeira infância, mas a sociedade precisa entender de uma vez por todas o papel fundamental da tecnologia nessa equação. Não se trata de competição, mas sim uma complementação fundamental do processo educacional.

Os professores estão no centro desse cenário e se veem incumbidos de incorporarem essas novas ferramentas tecnológicas na sua prática de ensino, para acompanharem as novas necessidades dos alunos e suas formas de linguagem, tornando a aula mais dinâmica, produtiva e facilitando o processo de aprendizagem. O educador atua como mediador, articulador e orientador. Fazer a gestão do ambiente em sala de aula e utilizar recursos da tecnologia exige novas habilidades, como o surgimento dos “edutubers” que produzem conteúdos digitais. As tecnologias da informação e comunicação apresentam muitas possibilidades como relata a professora de Informática do CEC, Janaina Mello:

“Em uma aula de Ciências a gente fala do corpo humano e as crianças pesquisam na internet, no material virtual e em vídeos. Facilita muito. Antes ficávamos presos ao que víamos nos livros, mas agora eles podem ver de diferentes perspectivas o que estamos tentando passar. A tecnologia auxilia a produzir e conduzir uma aula mais rica. ”

Ou seja, aprender não vai ser sinônimo de ir à escola, sentar na cadeira e ouvir o professor explicar com o auxílio da lousa. Se dará muito mais por uma educação multidisciplinar e multicanais. O aprender será resultante de constante atividades em casa, na escola, com acesso a vídeos, áudios, mapas digitais que serão acessados na lousa digital, no computador, no celular, ou no próprio caderno de papel.
As famílias também passarão a participar da educação de forma mais ativa, uma vez que estão em contato maior com os filhos neste período. Isso aumenta a sensação de responsabilidade com o futuro e abre espaço para novas descobertas.

“Os alunos que hoje são afetados pela pandemia serão os médicos, gestores, programadores no futuro. Qual lição cada um carregará de tudo isso?”, continua o secretário Rossieli. O Coronavírus mexeu com o destino desses alunos de alguma forma na medida que mostrou a todo o mundo o quão frágeis ainda somos. Não é difícil imaginarmos um maior interesse pelas áreas de ciências da saúde ou tecnologia.

Não para por aí. Além de revolucionar a educação dentro da sala de aula, as novas tecnologias também têm grande influência no processo de gestão escolar e troca de informações entre os setores e também com os pais.

Um professor bem formado e uma escola atenta as mudanças de realidade e aberta às oportunidades é que atenderão às necessidades das novas gerações e proporcionarão um processo ensino aprendizagem que faça com que os jovens entendam o que vivenciam agora para se tornarem profissionais de excelência e gestores de si mesmos no futuro próximo pós-pandemia.

Fonte: Folha de São Paulo, Educação, Opinião: Rossieli Soares, 13 de jun. de 2020
Disponível em: < https://www1.folha.uol.com.br/educacao/2020/06/alunos-de-hoje-serao-formados-em-mundo-revirado-pela-pandemia.shtml>

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