E essa tal autonomia?
Tão (ou mais) importante em ter a preocupação de que mundo deixaremos aos nossos filhos, é quais cidadãos deixaremos para o mundo.
Em uma atualidade digital, polarizada e volátil, o processo de construção da autonomia deve ser o foco principal de atuação de pais e professores.
O que me encanta na Educação do CEC é o constante esforço em desenvolver competências sólidas na vida dos alunos, onde visam a formação de cidadãos críticos, autônomos, empreendedores de sua própria vida e de um mundo melhor.
Na Educação Infantil, os professores apresentam de maneira lúdica e eficaz o alicerce para o pleno desenvolvimento físico, motor e intelectual das crianças. A brincadeira é levada a sério e toda ação é pautada com a devida intencionalidade pedagógica.
Para a criança ser protagonista do próprio processo de aprendizagem, a autonomia deve ser uma habilidade diariamente estimulada e incentivada. Dentre outras atividades que posteriormente explicitarei, a prática da responsabilidade com o material escolar desenvolve na criança um senso de pertencimento incrível no mundo do conhecimento. Esse cuidado deverá se tornar um hábito através do direcionamento dos pais e professores. É perfeitamente normal a criança depender dos pais primeiramente para isso. O senso crítico e o conceito de temporalidade ainda estão em processo de amadurecimento, daí a importância de ofertar recursos e estímulos para o desenvolvimento da habilidade da autonomia. Por vezes, a preocupação dos pais com os livros (por exemplo) que os filhos devem levar diariamente às aulas, deixam a família desconfortável e temerosa por algum esquecimento. Mas isso deveria ser celebrado como um importante instrumento dessa construção.
Tão importante quanto os conhecimentos gerais, as competências socioemocionais e a autonomia devem ganhar espaço e prática diária nas escolas. Não existe fórmula mágica e nem segredo para a difusão de habilidades:
1 – Envolva a criança em pequenas decisões do dia a dia.
2 – Peça ajuda em algumas tarefas.
3 – Converse com as crianças e ouça suas opiniões.
4 – Permita erros e troque sua ajuda por palavras de incentivo.
5 – Dê tempo para as crianças.
6 – Estabeleça horário para organização do material escolar primeiramente com sua ajuda.
7 – Quando sentir mais segurança, apenas relembre o horário para a organização e questione se necessita de alguma ajuda.
Para se desenvolver, as crianças devem ser estimuladas a crescer e a aprender a fazer coisas que antes não conseguiam realizar sozinhas como, por exemplo, arrumar a cama, colocar o sapato, servir o próprio prato, cortar a própria carne e conferir seu material escolar.
Além destas tarefas, crescer e se tornar autônomo exige que desenvolvamos a capacidade de tomar decisões, fazer escolhas e assumir as consequências destas escolhas. Apenas uma criança autônoma aprende a fazer escolhas, avaliar os próprios desejos, sentimentos e traçar metas para alcançá-los.
Por fim, penso que o processo de construção da autonomia se dá a partir de uma mediação adequada entre familiares e professores, e vocês podem contar conosco nessa nova etapa.
Daiane Macedo Diretora Pedagógica