Existe uma crescente geração da qual a maior parte das pessoas ainda não ouviu falar. Nos próximos anos ela vai passar em número a geração Baby Boomers, e muitos deles vão viver para ver o século XXII.
Nós estamos falando da geração Alpha, os filhos dos pais da geração Y. Mais de 2.5 milhões nascem globalmente todos os dias, quando todos terminarem de nascer (próximo de 2025) eles vão ser quase 2 bilhões, a maior geração na história da humanidade. Eles são definidos como aqueles nascidos entre 2010 e 2014.
Embora geração mais jovem, eles têm grande influência de marcas e poder de compra além da sua idade. Eles moldam o cenário das mídias sociais, são influenciadores da cultura popular e consumidores emergentes, no final dos anos de 2020 estarão em sua idade adulta, serão força de trabalho e com famílias formadas, preparados ou não.
Entenda quem é a Geração Alpha, quais as diferenças em relação às gerações anteriores e os desafios enfrentados na educação com quem nasceu nessa época.
Diferença Entre Gerações
A divisão dos seres humanos em diferentes “safras” ganhou força após o nascimento de milhões de crianças nos Estados Unidos na prosperidade advinda no pós-guerra, entre 1946 e 1964. Estas crianças receberam a alcunha de baby boomers.
Na sequência, vieram outras denominações – geração X, Y, Z e Alpha. A utilidade deste tipo de divisão aparece principalmente na análise de tendências sociais de longo prazo.
Geração Alpha
A Geração Alpha é 100% digital e a relação de seus indivíduos com a tecnologia começa muito antes de chegarem ao mundo, com exames de sexagem fetal para confirmar se os bebês são meninas ou meninos, e nascimentos transmitidos em tempo real para parentes em outras localidades.
Mas ao passo que as gerações passadas se encantaram com o surgimento e as possibilidades de tais tecnologias, os indivíduos da Geração Alpha nasceram muito familiarizados com as inovações e as ferramentas digitais.
A forma como são criados e estimulados, a presença da família em suas rotinas de aprendizado, questões éticas e morais que são transmitidas por seus responsáveis, fazem com que essa turma seja muito especial e mereça atenção quanto às suas particularidades.
Vamos entender mais sobre os desafios da educação com a Geração Alpha?
Características
A exposição à tecnologia e a telas é ainda mais forte nessa geração. Com muitos estímulos e acostumados a usar meios digitais para se entreter e buscar informações, requerem uma educação mais dinâmica, ativa, multiplataforma e personalizada.
Essas crianças e jovens têm como características a flexibilidade, a autonomia e um potencial maior para inovar e buscar soluções para problemas de forma colaborativa. Gostam de ser protagonistas, colocar a mão na massa e aprender com situações concretas.
Como Aprendem
Essa é a geração que está ou estará na Educação Básica agora e nos próximos anos. São pessoas que consomem informação em diversos canais, como on demand, vídeos, realidade virtual e aumentada, jogos etc. Para esses jovens e crianças, a forma de aprendizado é mais horizontal.
Uma curiosidade apontada pela Fatec-SP é que, apesar de ser a geração com mais acesso a novas tecnologias entre as citadas, as pessoas que estão nela gostam da educação híbrida, com estratégias online e offline, que coloquem em prática situações do cotidiano. Assim como a Geração Z, o raciocínio dos Alphas é não-linear. Outra característica é que são pessoas que prezam o ensino personalizado, feito sob medida.
Um ponto importante para traçar estratégias de aprendizado para essa geração é levar em conta que eles consideram cansativas as atividades de aprendizado mais tradicionais – como leitura de textos – e têm dificuldade de concentração.
Essa geração é mais propensa ao estresse e a ansiedade por receberem mais estímulos sensoriais, inclusive por meio de brinquedos tecnológicos e acesso precoce ao celular.
O estudo da Fatec-SP aponta ainda que as tecnologias para a educação criadas especialmente para esse grupo devem favorecer os sentidos de audição, tato e visão ao mesmo tempo. Soluções mobile já fazem parte de sua rotina e são eficientes no aprendizado, mas podem não ser suficientes. É preciso trazer novidades para competir com tudo o que os distrai – afinal, essa geração é ávida por novas mídias e tecnologias. Portanto, soluções que fogem do convencional e estimulam diversos sentidos são ideais.
Ainda que para a geração Alpha a tecnologia seja uma forte candidata a roubar a atenção no lugar de pais e educadores, para o fortalecimento de vínculos com pessoas da geração Alpha é importante promover o contato humano para que desenvolvam bem suas habilidades socioemocionais, mas sempre respeitando seu comportamento curioso, senso crítico e estimular a inclusão e solidariedade.